Biografia |
ZEZÃO
São Paulo - Brasil
Nasceu em São Paulo, 1971. Autodidata, aprendeu a pintar nas ruas. Especialidades: Pintura abstrata, caligrafia abstrata, instalação, site specific, fotografia, vídeo arte. Famoso por sua atividade nos subterrâneos da cidade, Zezão entra por bueiros e invade os canais de águas pluviais que correm em direção aos rios Tietê e Pinheiros, descobrindo a beleza no monstruoso lixo paulistano.
Zezão, 1971, São Paulo
Formação / formation: auto-didata, Universidade "Ruas de São Paulo"/ self thought street artist
Principais exposições individuais / solo shows:
2005 - SUBTERRANEOS, CHOQUE CULTURAL, São Paulo.
2007 - CIDADE LIMPA, CHOQUE CULTURAL, São Paulo.
2007 - Fotografias, FNAC Avenida Paulista, curadoria: Rosely Nakagawa, São Paulo.
2008 - ZEZÃO FOTÓGRAFO, CHOQUE CULTURAL, São Paulo.
Principais exposições coletivas / group shows:
2003 - Painel coletivo na faixada do prédio, MAC USP, São Paulo.
2004 - COLETIVO RUA, MAC, Americana - Brasil.
2004 - CALAVERAS, CHOQUE CULTURAL, São Paulo.
2005 - CATA LIXO, CHOQUE CULTURAL, São Paulo.
2006 - RUAS DE SÃO PAULO, MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA, São Paulo.
2007 - RUAS DE SÃO PAULO, JONATHAN LEVINE gallery, New York - USA.
2007 - FABULOSAS DESORDENS, CAIXA ECONOMICA FEDERAL, Rio de Janeiro.
2007 - COR DA RUA, OCONTEMPORARY gallery, Brighton - UK.
2007 - Expo fotográfica COLEÇÕES, Galeria LUISA STRINA, curadoria : Nessia Leonzini, São Paulo.
2008 - FRESH AIR SMELL FUNNY, Museu Kunsthalle Dominikanerkirche, Hamburgo - Alemanha.
2008 - NAMESFEST, Trafka gallery, Praga - Republica Checa.
2008 - PSYCHEDELIC BRASIL - PURE EVIL gallery, London - UK
2008 - installation, FESTIVAL DELLA CRIATIVITA, Firenze - Itália.
2009 - SÃO PAULO EXHIBITION, SCION SPACE, Los Angeles - EUA.
2009 - URBAN-ART COLLECTION, Reinking Weserburg, Bremen - Alemanha
2009 - COLETIVA CHOQUE, GALERIA CHOQUE CULTURAL, São Paulo - Brasil.
2009 - UNE ESTIVALE, gallerie LJ, Paris - França.
Filmes / bio movies:
. 2005 - curta metragem O DESAFIO DE ZEZÃO, Patricia Cornils, Brasil.
. 2006 - longa metragem NO TRAÇO DO INVISIVEL, Marilia Scharlat e Laura Fraeman, Brasil.
Projetos especiais / special projects:
. Workshop e pintura de painel em escola modelo no Bronx, The Eagle School, New York, 2007.
. Workshop no Centro de Estudos IGS, nos campi de Paris e Toulouse, 2008.
. Residencia e participação do evento mundial de graffiti NAMESFEST, Praga, Republica Checa, 2008
Publicações / books:
. Graffiti Brasil, Thames and Hudson, Tristan Manco, 2006.
. Street Renegades: New Underground Art by Francesca Gavin, 2007
. Paris Street Art, Prestel, Romuald Stivine &Vito Del Forte 2008
fonte : http://choquecultural.com.br/blogs/zezao/ em 26/06/2010
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Um artista conceitual e intuitivo.
Zezão é um artista intuitivo e autodidata, que tem um trabalho artístico profundo e complexo, cheio de implicacões estético-político-sociais.
Zezão poderia, certamente, ter seu trabalho descrito, como "conceitual", apesar da resistência do artista em conceituar as teses que propõe com tanta força e vibração, manipulando e misturando suportes tão variados quanto instalação, site specific, fotografia, video, performance e pintura.
Mas toda essa complexidade não se transforma numa arte erudita e difícil. Surpreendentemente, Zezão faz uma arte popular e carismática. O carisma da sua obra vem da simplicidade com que relaciona o estético e o humano, vem da maneira como coloca o coração na frente das habilidades manuais e intelectuais. Isso é, também, o que torna a sua obra tão contemporânea.
Zezão nasceu em São Paulo, em 1971, de ascendência portuguesa. A adolescência vivida no ambiente do skate, punk e pichacão, foi marcada pelo trabalho duro. Chegou a ser trabalhador rural em Portugal, motorista de caminhão e motoboy em São Paulo. Dessa vivência, Zezão aprendeu a ver beleza, onde a maioria das pessoas só consegue enxergar lixo, sujeira e desolação.
A paisagem urbana, de onde Zezão extrai sua estética, é a de uma São Paulo grande, desleixada com seu espaço público, com seus rios e com o seu lixo. Zezão vai fundo na exploração dessas mazelas e consegue extrair preciosidades simbólicas do nosso caos urbanístico, tão contemporâneo.
São Paulo é um tema no trabalho de Zezão, sem dúvida, mas é também seu principal suporte. O artista explora o ambiente urbano e intervêm nele, interagindo com sua cenografia e personagens. O artista entra na cena, escolhe a locação, se relaciona com o morador da rua, seja ele louco, nóia, criança ou velho. Ele sabe que sua performance precisa agradar os que ali habitam, pois sua arte é feita para elas, num primeiro momento.
Nunca existiu, na cabeça do artista, a idéia de que a sua arte deveria ser vista apenas por especialistas que pudessem entender a sua profundidade. Zezão começou a pintar num momento de depressão pessoal, profissional, generalizado. Saiu das ruas e se enfiou no subsolo dos canais de água pluvial que permeiam toda a cidade. Foi para um lugar quase sem humanos, povoado por ratos e baratas e, ali, foi descobrindo os cenários que se tornariam sua marca registrada.
A fotografia é mais do que um instrumento para a documentação das intervenções. As imagens recolhidas dos escombros transcendem a ilustração das instalações, que por si só, seriam interessantíssimas, principalmente dos pontos de vista estético e antropológico. Mas a fotografia é, além disso, surpreendentemente formal! O artista assimila a riqueza arquitetônica inusitada de um 'piscinão' visto pelas entranhas. e descobre a geometria poética de suas luzes e sombras.
* texto de Baixo Ribeiro
fonte : http://choquecultural.com.br/blogs/zezao/ em 26/06/2010
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