Biografia |
TOTA
A carreira do ceramista paraibano Tota, falecido em 2003, esteve sempre ligada ao grande escultor Miguel dos Santos, com quem trabalhou. Mestre oleiro de grandes conhecimentos, Tota assimilou influências ao mesmo tempo que influenciava seu parceiro de atelier.É um dos poucos ceramistas expressionistas, e sua produção é muito boa tecnicamente, utilizando a vitrificação e a queima em alta temperatura, razão porque pode ficar ao tempo, sem perigo de sofrer danos.
Fonte : Galeria Brasiliana
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Antônio Paschoal Régis
(Tracunhaém, PE - 1932 / João Pessoa, PB - 2003)
Artista popular. Autodidata. Oriundo da mais pura tradição dos oleiros de Tracunhaém, Tota dedicou-se à cerâmica desde cedo. Trabalhou em olarias da cidade de Itabaiana-PB, e foi operário da Indústria Santo Antônio, de artefatos de cerâmica, em São Paulo. Em 1972 fixou residência em João Pessoa. Exp. ind.: Centro Cultural São Francisco (1975); Sesc São Paulo (1976); UFPB (1978); Galeria Gamela (1981); Tota - Barro puro e simples [homenagem póstuma] (Usina Cultural Energisa, 2009). Exp. col.: Galeria Batik [com José Lucena] (João Pessoa, 1977); Centro Social Urbano Monsenhor José Coutinho (João Pessoa, 1980); Funesc (1983); Rio Design Center (Rio de Janeiro, 1984). Participou do Salão Nacional do Ceará (Fortaleza, 1984). No XII Fenart (Funesc, 2008), ocupou Sala Especial como integrante da mostra Panorama da Cerâmica Artística. Possui obras em acervos oficiais e particulares no Brasil e exterior.
"Antônio Paschoal - Tota não representa apenas um artista a mais na constelação paraibana. É para todos nós o mais significativo exemplo de que a arte não se estabelece por força do poder de gostos padronizados; pelo contrário, a verdadeira expressão se revela pela competência. E nisto Tota é um mestre." (Chico Pereira, ABCA, junho de 1985)
"Tota - muitos ainda o desconhecem - dedicou uma vida inteira ao universo do barro. Dos tempos em que produzia utilitários em Tracunhaém, na Zona da Mata de Pernambuco - onde metade da população vive de transformar barro 'em santo ou em panela - até emprestar sua experiência à indústria paulista de cerâmica, tudo o que Tota fez na vida, o fez com o barro. Assim, criou família e ganhou notoriedade quando, em 1972, além de exímio oleiro de panelas e potes, se descobriu 'artista! E para comprovar a pureza e singularidade da obra de Tota, conta-se que um crítico de arte carioca propositalmente confundiu um grupo de especialistas em concorrido encontro no Rio de Janeiro, apresentando-lhes uma das cerâmicas do artista como sendo de autoria de Picasso, tal a surpreendente identidade visual das peças de ambos os artistas. Desfeito o mal entendido, todos se espantaram ao saber que o verdadeiro autor era um artista popular da longínqua Paraíba e, mais ainda, que ele jamais ouvira falar de Pablo Picasso..." (Dyógenes Chaves, ABCA/AICA)
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