Biografia |
Rocha, Paulo Mendes da (1928)
Biografia
Paulo Archias Mendes da Rocha (Vitória ES 1928). Arquiteto, urbanista, professor. Em 1954, forma-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Filho do engenheiro de portos e vias navegáveis Paulo Menezes Mendes da Rocha (1887 - 1967), diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Poli/USP entre 1943 e 1947, tem uma formação familiar ligada à reflexão sobre a relação entre engenharia e natureza. Destaca-se muito cedo, aos 29 anos, ao vencer o concurso para o Ginásio do Clube Atlético Paulistano, 1958, obra que lhe valeria o Grande Prêmio "Presidência da República" na 6ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1961. Integra, a partir de então, o grupo que, sob a liderança de Vilanova Artigas (1915 - 1985), vem a constituir a chamada "escola paulista" na arquitetura, realizando entre 1960 e 1961 projetos escolares para a rede pública,1 e ingressando como professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP. Datam desse período obras fundamentais, como a Sede Social do Jóquei Clube de Goiânia, 1962, o edifício residencial Guaimbê, em São Paulo, e a sua própria residência, 1964, no Butantã. Em 1968, projeta, ao lado de Artigas e Fábio Penteado (1929) o Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado - Parque Cecap, em Guarulhos, para 50 mil moradores. Em 1969, após o Ato Institucional nº 5 - AI-5, é afastado da FAU/USP, à qual retorna apenas com a anistia, em 1980, na condição de "auxiliar de ensino" - condição na qual permanece até tornar-se professor titular em 1998, quando é aposentado compulsoriamente. Em 1969, com os direitos profissionais cassados, vence, em situação paradoxal, o concurso nacional para o Pavilhão do Brasil na Expo70, em Osaka: uma grande cobertura de concreto e vidro que está apoiada em colinas artificiais. Em 1971, seu projeto é um dos premiados no concurso internacional para o Centre Georges Pompidou (Beaubourg), em Paris. Atuante também no campo da representação de classe, preside o departamento paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/SP em duas ocasiões: 1972-1973 e 1986-1987. Entre 1987 e 1988, seus projetos para a Loja Forma e para o Museu Brasileiro da Escultura - MuBE - este também vencedor de um concurso -, inauguram uma nova fase de reconhecimento público do seu trabalho. Seguem-se a estes, os projetos para o pórtico da Praça do Patriarca, 1992, a reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp, 1993, e o Centro Cultural Fiesp, 1996, todos em São Paulo. Neste último ano, as editoras Blau (Portugal) e Gustavo Gilli (Espanha) lançam, em co-edição, um livro sobre a sua obra. Seu reconhecimento internacional se intensifica com a Sala Especial "Mendes da Rocha" na X Documenta de Kassel, na Alemanha, 1997, e com o "Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana", em 2000, pela reforma da Pinacoteca do Estado. Recentemente, com mais um livro sobre a sua obra publicado na Europa (Verlag Niggli, 2001), e encomendas de projetos na Espanha, recebe o importante Prêmio Pritzker de 2006, condecoração máxima entre os arquitetos no mundo.
Nota
1 "Durante os anos de 60 a 63 o Instituto de Previdência do Estado - Ipesp, organizou e financiou projetos e construções de diversos edifícios públicos em quase todos os municípios do Estado, escolas principalmente, contratando arquitetos, alguns recentemente saídos das Faculdades. A necessidade de uma unidade em torno do problema da escola, atraiu as atenções em torno do tema, seus problemas, implicações sociais, estéticas, técnicas e ressaltou a importância da revisão dos planos e programas. Na verdade constitui-se um verdadeiro grupo de trabalho e de troca de informações e os projetos resultantes revelam um notável avanço geral, na prática profissional no nosso meio". ROCHA, Paulo Mendes da. Edifícios escolares: comentários. Acrópole, 377, set. 1970, p. 35.
Atualizado em 18/10/2006
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