Biografia |
LEIRNER, Nelson
(1932, São Paulo, SP - 2020, Rio de Janeiro,RJ)
Filho da escultura Felícia Leirner, entre 1947 e 1952 residiu nos Estados Unidos, onde estudou engenharia têxtil em Lowel, Massachusetts. De volta a São Paulo, estudou pintura com Juan Ponç em 1956 e com Samson Flexor em 1958. Realizando uma obra de caráter eminentemente crítico, participou de salões nacionais e da Bienal de São Paulo, a partir de 1963, com prêmio de aquisição em 1967 e sala especial na 25.ª edição. Em 1967 participou também da Bienal de Tóquio, no Japão. A partir dos anos 60 realizou muitas individuais em São Paulo e algumas no Rio de Janeiro, com destaque para as retrospectivas no Paço das Artes, São Paulo (1994), no Centro Cultural Light, Rio de Janeiro (1997) e na Galeria Brito Cimino, São Paulo (2002 e 2003). Escrevendo a respeito da arte contemporânea na História geral da arte no Brasil, Walter Zanini observou sobre o artista: "Seu humor neodada era como uma arma disparando em direções diversas ao mesmo tempo. No instante em que se propôs a reverenciar a arte, utilizou tecidos superpostos de diferentes cores, visíveis somente pela abertura de zippers (série Homenagem a Fontana). Fazendo uso sagaz das idéias, como em seus múltiplos quadros e objetos de apurada construção, ou em astuciosos ambientes e happenings, o compromisso maior, por ele assumido, sempre era o da participação do público, o que conseguia em situações as mais inesperadas." Tem obras nos acervos do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e da Pinacoteca do Estado.
Referências: Mundo, homem, arte em crise (Perspectiva, 1975, p. 231-236), de Mário Pedrosa, organização de Aracy Amaral; Arte como medida (Perspectiva, 1982), de Sheila Leirner; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois (Collectio, 1973) e Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Nelson Leirner (Paço das Artes, 1994), texto de Agnaldo Farias; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Anos 60: transformações da arte no Brasil (Campos Gerais, 1998), de Paulo Sergio Duarte; Tridimensionalidade: arte brasileira do século XX (2. ed. revista e ampliada Itaú Cultural/Cosac & Naify, 1999), de Annateresa Fabris, Fernando Cocchiarale e outros.
Nascimento
1932 - São Paulo SP - 16 de janeiro
Vida Familiar
Filho de Isai Leirner, ex-diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP e fundador da Galeria de Artes das Folhas e do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, e de Felícia Leirner (1904 - 1996), escultora; irmão de Giselda Leirner (1928), desenhista
Cronologia
Artista intermídia
1947/1952 - Massachusetts (Estados Unidos) - Nesse período inicia curso de engenharia têxtil no Lowell Technological Institute, mas não o conclui
1952 - Volta ao Brasil e fixa residência em São Paulo
1956 - Estuda pintura com Joan Ponç (1927 - 1984)
1958 - Freqüenta o ateliê de Flexor (1907 - 1971)
1959 - Faz cenografia para as peças Os Namorados, Nascida Ontem e O Doente Imaginário, encenadas pelo Pequeno Teatro Popular
1961 - Participa como cenógrafo da 3ª Bienal de Artes Plásticas do Teatro, evento integrante da 6ª Bienal Internacional de São Paulo
1966/1967 - Funda e integra o Grupo Rex, ao lado de Wesley Duke Lee (1931), Geraldo de Barros (1923 - 1998), Carlos Fajardo (1941), José Resende (1945) e Frederico Nasser (1945). O grupo lança o jornal Rex Time e cria a Rex Gallery & Sons
1967 - Envia para o 4º Salão de Arte Moderna de Brasília um porco empalhado e questiona pelo Jornal da Tarde os critérios que levaram o júri a aceitar a obra, iniciando assim o chamado "happening da crítica"
1968 - Faz cenário para a peça MacbIrd, de Bárbara Garson, dirigida por Augusto Boal, com o elenco do Arena
1969/1971 - Por motivos políticos, fecha sua sala especial na 10ª Bienal Internacional de São Paulo de 1969 e recusa o convite para outra em 1971
1974 - Melhor proposta do ano, pela Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA
1975 - Dirige filmes em super-8
1975 - A APCA lhe encomenda um trabalho para entregar aos premiados, mas recusa-o por ser feito em xerox; como protesto, nenhum artista comparece ao evento
1975 - Melhor desenhista, pela APCA
1977/1997 - Leciona na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap
1997 - Passa a viver no Rio de Janeiro
1998 - Prêmio Johnnie Walker de Artes Plásticas
1998 - Uma série de seus trabalhos é censurada pelo Juizado de Menores, motivo de um movimento de artistas e pessoas da área contra a censura nas artes
1998/1999 - Leciona na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage
Atualizado em 12/02/2007
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Links |
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&cd_verbete=879&cd_idioma=28555
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