Biografia |
Mariana Tassinari é uma artista brasileira que começou a tirar fotografias em 1996. Seu trabalho é principalmente composto por séries de 2, 3, 4 ou mais fotografias, orientadas tanto na vertical quanto na horizontal. Diferente dos Bechers e de Ruscha, ela não separa as imagens individuais uma da outra, pela moldura ou pelo layout, deixando mais explícito que cada série é uma imagem única, um trabalho único.
Tassinari também trabalha com snapshots, normalmente retratando arquitetura e paisagem. As fotografias são bem estéticas e focadas na forma. O modo como elas são apresentadas nos lembra cinema. Ela explica: "Sozinhas, as fotografias não fazem sentido. E lado a lado você é convidado a prestar atenção a sutis similaridades e diferenças, tanto nas imagens quanto nas formas." As fotografais mostradas juntas normalmente são bem parecidas - mesmo assunto, mesmas formas. Esse olhar cria uma relaçãoo entre as fotos, principalmente quando são impressas em tamanho grande e nós somos capazes de ver os detalhes. Tassinari acredita que seu trabalho está muito relacionado ao movimento, nesse caso, o movimento do nosso olhar. "As imagens são apresentadas juntas para que as pessoas possam ver essas sutis diferenças sem interrupção. Se apresentadas com uma moldura entre cada imagem, isso interferiria, separando as imagens, e você não notaria tanto os detalhes. Eu quero que tudo seja uma coisa só, constituída por imagens semelhantes que tenham detalhes diferentes."
No trabalho de Tassinari, a serialidade não está relacionada a tipologia, como na fotografia dos Bechers e de Ruscha. Mas é similar no sentido em que as imagens são colocadas juntas para você comparar conteúdo, forma e assunto. O trabalho de Tassinari pode ser relacionado ao dos Bechars no sentido de que serialidade é central em seus trabalhos. Se não forem mostradas juntas, suas fotografias não são tão intrigantes, na verdade não tem quase significado algum. Com Ruscha, o que ela tem em comum é o fato de serem snapshots. As vezes Tassinari tira suas fotografias de dentro de um vagão de trem, como Ruscha faz de seu carro. A cor é uma outra característica que aparece no trabalho de Tassinari e de Ruscha, quando é completamnete nula nos Bechers.
Uma característica importante no trabalho de Tassinari, como ela mesma ressalta, é a sutileza. Pode ser encontrada em cada imagem sozinha e na relação entre elas. "Isso não significa que a sutileza não possa ser visível", disse Tassinari. Mostrando o mesmo objato sob diferentes pontos de vista - na maioria de seus trabalhos - Tassinari nos convida a prestar atenção nas formas, comparar um mesmo objeto visto de um novo ângulo, e até imaginar novos, não fotografados ângulos.
Em 2007, Tassinari fez parte de uma coletiva, no Rio de Janeiro, curada por Nessia Pope, onde o tema era uma citação de Sol leWitt: "Desde que a arte é um veículo de transmissão de idéias através da forma, a reprodução apenas reforça o conceito. É a idéia que está sendo reproduzida. Qualquer um que entender a obra de arte, pode possuí-la. Somos todos os proprietários da Mona Lisa." Nao só repetição, mas também sequência e serialidade reforçam ideais através da forma na arte, e, como na dança de Pina Bausch, se torna um meio de entender, refletir sobre algo. No trabalho de Tassinari, a serialidae é usada para aumentar nossa perecpcao.
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