Helio Oiticica - Hélio Oiticica

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Artista Helio Oiticica - Hélio Oiticica
Biografia Hélio Oiticica é filho de José Oiticica Filho (1906-1964), um dos importantes fotógrafos brasileiros, que também era engenheiro, professor de matemática e entomólogo e de Ângela Santos Oiticica (1903-1972). Teve mais dois irmãos (César e Cláudio) nascidos respectivamente em 1939 e 1941.

A educação de Hélio e seus irmãos começou em sua casa, onde tiveram aulas de matemática, ciências, línguas, história e geografia dadas pelo pai e a mãe. Também teve grande influência em sua formação o avô José Oiticica (1882-1957), conhecido intelectual filólogo, professor, escritor, anarquista e jornalista.

No ano de 1947, seu pai, José Oiticica Filho foi premiado com uma bolsa da Fundação Guggenheim. A família se mudou para os EUA (Washington) e seu pai passou a trabalhar no United States National Museum - Smithsonian Institution. Ficam lá por dois anos e Hélio, então com 10, e seus irmãos são matriculados pela primeira vez numa escola oficial (Thomson School). A a proximação com a arte se deu nessa época. Hélio e os irmãos tinham à disposição galerias de arte e museus.

A família retornou ao Rio de Janeiro, em 1950, e, em 1952, Hélio começou a escrever e a traduzir peças de teatro que encenava em casa com os irmãos. Sua tia, a atriz Sônia Oiticica, passou a o incentivá-lo nessa empreitada.


Primeiras exposições
Durante a a II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, realizada em 1953, Oiticica tomou contato com a obra de Paul Klee, Alexander Calder, Piet Mondrian e Pablo Picasso e no ano seguinte começou a estudar pintura com Ivan Serpa. Entrou para o Grupo Frente e junto fez a sua primeira exposição no Museu de Arte Moderna. Nessa época começou a conviver com artistas e críticos, como Lygia Clark, Ferreira Gullar e Mário Pedrosa. Sua obra desse período (1955-57) são pinturas geométricas sob guache e cartão, que resultou em 27 trabalhos nessa técnica, intitulados "Secos", que foram expostos no Rio de Janeiro, na Exposição Nacional de Arte Concreta.

Paralelo a esse evento esteve presente à polêmica conferência proferida por Décio Pignatari, na "Noite de Arte Concreta" na União Nacional dos Estudantes. Esse evento teve grande importância pois lançou as bases da arte concreta e colocou, de um lado, poetas e críticos como Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari e Ferreira Gullar e de outro, os defensores da arte tradicional.

Em 1959, convidado por Lygia Clark e Gullar, integrou o Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro e passou a realizar pinturas a óleo sobre tela e compensado. São obras monocromáticas que incluem pinturas triangulares em vermelho e branco. Nesse mesmo ano participou da V Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1960 trabalhou como auxiliar técnico de seu pai, José Oiticica Filho, no Museu Nacional.


Parangolés e Penetráveis
A partir do início dos anos 60, Oiticica começou a definir qual seria o seu papel nas artes plásticas brasileiras e a conceituar uma nova forma de trabalhar, fazendo uso de maneiras que rompiam com a idéia de contemplação estática da tela. Surgiu aí uma proposta da apreciação sensorial mais ampla da obra, através do tato, do olfato, da audição e do paladar. Exemplo disso é o penetrável PN1 e a maquete do Projeto Cães de Caça, composto de cinco penetráveis (1961) e os bólides, que são as estruturas manuseáveis, chamados de B1 Bólide caixa 1 (1963).

Nesse período (1964) aproximou-se da cultura popular e passou a frequentar a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, tornando-se passista e integrando-se na comunidade do morro. Vem dessa época o uso da palavra "parangolé" que passou a designar as obras que estava trabalhando naquele momento. Os primeiros parangolés se compunham de tenda, estandarte e bandeira e P4, a primeira capa para ser usada sobre o corpo. São obras que causaram polêmicas e ele definia como "antiarte por excelência. Na exposição Opinião 65, no MAM do Rio de Janeiro, foi proibido de desfilar - os passistas da Mangueira vestiam seus parangolés - nas dependências do museu. Hélio realizou a apresentação no jardim, com grande aceitação pública.

Hélio Oiticica, além de realizar as sua obras, também teorizava sobre elas em textos como "Os bólides e o sistema espacial que neles se revela", "Bases fundamentais para definição do parangolé", e "Anotações sobre o parangolé", entre muitos outros, que divulgava mimeografadas.

Em 1965, começou carreira internacional e realizou exposição (Soundings Two) em Londres, ao lado de obras de Duchamp, Klee, Kandinsky, Mondrian, Léger, entre outros.

Em 1967, iniciou suas propostas supra-sensoriais, com os bólides da "Trilogia Sensorial", além dos penetráveis PN2 e PN3 que faziam parte da obra Tropicália, mostrada na exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM, Rio de Janeiro.

Caetano Veloso usou como cenário a bandeira "Seja marginal seja herói", de Hélio, em show na boate Sucata no Rio de Janeiro. A bandeira foi apreendida e o espetáculo suspenso pela Polícia Federal. Essa aproximação com Oiticica foi de grande importância na definição dos rumos da música brasileira.

Além da militância artística no Brasil, a carreira internacional de Hélio Oiticica passou a tomar grande parte de seu tempo, com exposições e intervenções em Londres, Nova York e Pamplona, a partir dos fins dos de 60 e início dos anos 70. Em 1972, usou o formato super 8 e realizou o filme Agripina é Roma - Manhattan. O cinema passou a ser uma referência, e em 1973 criou o projeto Quase-cinema, com a obra "Helena inventa Ângela Maria", série de slides que evocam a carreira da cantora Ângela Maria.

Uma nova série de penetráveis intitulados Magic Square e os objetos Topological ready-made landscapes foram mostrados na exposição Projeto construtivo brasileiro, MAM, Rio de Janeiro, em 1977. Em 1979, criou o seu último penetrável chamado "Azul in azul". Neste ano, Ivan Cardoso realizou o filme "HO", retratando a obra de Hélio Oiticica.

No dia 22 de março de 1980, sofreu um acidente vascular cerebral, vindo a falecer, no Rio de Janeiro.
(AAR)


Projeto Hélio Oiticica, site oficial do artista em 13/01/2011





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OITICICA, Hélio
(1937, Rio de Janeiro, RJ - 1980)

A partir de 1954 estudou pintura com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em meados dos anos 50, integrou o Grupo Frente (1952 a 1956) e mais tarde as exposições de arte neoconcreta (1959, 1960 e 1961). Sua obra teve vasta aceitação internacional a partir dessa época. Participou da Bienal de Paris (1967) e diversas vezes da Bienal de São Paulo (de 1957 a 1998). Entre as exposições mais recentes de seu trabalho, cumpre destacar: de 1992 a 1994, retrospectiva internacional que percorreu cidades como Roterdã, Paris, Barcelona, Lisboa, Minneapolis etc; de 1996 a 1999, mostras temáticas no Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro; 2003, Cosmococa, com Neville dAlmeida, Galeria Fortes Vilaça e Pinacoteca do Estado, São Paulo. Em 1961, a seu respeito afirmou Mário Pedrosa: "Rompeu com a moldura do quadro, à procura do espaço real, libertou-se do retângulo tradicional, tentou suprimir os últimos vestígios de qualquer suporte para a arte e criou as placas coloridas suspensas, numa tentativa de chegar ao ideal absoluto, descrito por Ferreira Gullar como não-objeto."

Referências: A criação plástica em questão (Vozes, 1970), de Walmir Ayala; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Neoconcretismo: vértice e ruptura (MEC/Funarte, 1985), de Ronaldo Brito; Etapas da arte contemporânea (Nobel, 1985), de Ferreira Gullar; Aspiro ao grande labirinto (Rocco, 1986), de Hélio Oiticica; Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; A invenção de Hélio Oiticica (Edusp, 1992), de Celso Favaretto; Dacoleção: os caminhos da arte brasileira (Júlio Bogoricin Imóveis, 1986) e Crônicas de amor à arte (Revan, 1995), de Frederico Morais; Hélio Oiticica, qual é o parangolé? (Relume Dumará/Rio Arte, 1996), de Waly Salomão; Lygia Clark/Hélio Oiticica - Cartas: 1964-1974 (Editora UFRJ, 1996), organização de Luciano Figueiredo; Arte na América Latina (Cosac & Naify, 1997), de Dawn Ades; Arte construtiva no Brasil: coleção Adolpho Leirner (DBA, 1998), coordenação editorial de Aracy Amaral; Anos 60: transformações da arte no Brasil (Campos Gerais, 1998), de Paulo Sergio Duarte; Tridimensionalidade: arte brasileira do século XX (2. ed. revista e ampliada Itaú Cultural/Cosac & Naify, 1999), de Annateresa Fabris, Fernando Cocchiarale e outros; Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da tv (Record, 2000), de Marcelo Ridenti; Textos sobre arte (Museu de Arte Moderna da Bahia, 2000), de Almandrade; Marcantonio Vilaça (Cosac & Naify, 2001); Arte brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem (A. Jakobsson, 2002), de Paulo Herkenhoff; Estética da ginga: a arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica (Casa da Palavra/RioArte, 2002), de Paola Berenstein Jacques; Hélio Oiticica: obra e estratégia (catálogo da Mostra Rio Arte Contemporânea, 2002), organização de Luciano Figueiredo.


fonte : Bolsa de Arte do Rio de Janeiro



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Artista : Hélio Oiticica
Algumas Obras do artista...



BIOGRAFIA
Oiticica, Hélio (1937 - 1980)



Biografia

Hélio Oiticica (Rio de Janeiro RJ 1937 - idem 1980). Artista performático, pintor e escultor. Inicia, com o irmão César Oiticica (1939), estudos de pintura e desenho com Ivan Serpa (1923 - 1973) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em 1954. Nesse ano, escreve seu primeiro texto sobre artes plásticas; a partir daí o registro escrito de reflexões sobre arte e sua produção torna-se um hábito. Participa do Grupo Frente em 1955 e 1956 e, em 1959, passa a integrar o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis. Em 1964, começa a fazer as chamadas Manifestações Ambientais. Na abertura da mostra Opinião 65, no MAM/RJ, protesta quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira são impedidos de entrar, e é expulso do museu. Realiza, então, uma manifestação coletiva em frente ao museu, na qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistas. Participa das mostras Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, apresentando, nesta última, a manifestação ambiental Tropicália. Em 1968, realiza no Aterro do Flamengo a manifestação coletiva Apocalipopótese, da qual fazem parte seus Parangolés e os Ovos, de Lygia Pape (1927 - 2004). Em 1969, realiza na Whitechapel Gallery, em Londres, o que chama de Whitechapel Experience, apresentando o projeto Éden. Vive em Nova York na maior parte da década de 1970, período no qual é bolsista da Fundação Guggenheim e participa da mostra Information, no Museum of Modern Art - MoMA. Retorna ao Brasil em 1978. Após seu falecimento, é criado, em 1981, no Rio de Janeiro o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar, analisar e divulgar sua obra, dirigido por Lygia Pape, Luciano Figueiredo (1948) e Waly Salomão (1943 - 2003). Entre 1992 e 1997, o Projeto HO realiza grande mostra retrospectiva, que é apresentada nas cidades de Roterdã, Paris, Barcelona, Lisboa, Mineápolis e Rio de Janeiro. Em 1996, a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro funda o Centro de Artes Hélio Oiticica, para abrigar todo o acervo do artista e colocá-lo à disposição do público.



Atualizado em 08/11/2005
fonte : Itaú Cultural

27/02/2007




Fonte Bolsa de Arte do Rio de Janeiro/Itaú Cultural/cda

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