Galeno - Francisco Galeno

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Artista Galeno - Francisco Galeno
Biografia GALENO
Parnaíba, PI, 1957
Carretéis, anzóis, pipas, latas de sardinha. É com esses objetos triviais que o piauiense Francisco Galeno, radicado em Brazlândia, um dos artistas de Brasília que alcançou maior reconhecimento no País, narra a história da sua vida. As imagens parecem sempre as mesmas. Mas a cada obra, a arte camaleônica de Galeno se metamorfoseia em uma nova forma, ganha uma nova pele, incorpora uma nova modulação de cor. É uma festa popular brasileira para os olhos: "O camaleão foi um bicho que influenciou muito a minha pintura - conta Galeno. Ele muda de cor para escapar do bicho predador". Galeno nasceu em 1957 em Parnaíba, Piauí. A arte entrou em sua vida pelo sangue. Ele teve a sorte de nascer em uma família de artesãos. O pai de Galeno era pescador e fabricava canoas. A mãe era costureira e fazia rendas. O avô era vaqueiro e preparava selas e arreios de couro. Galeno resolveu pintar e passou a freqüentar exposições nas galerias, a olhar revistas e a pesquisar em livros, arriscando as cores. Era ligado na paisagem e na figura humana. Mas, aos poucos, começou a perceber que estava repetindo uma tradição milenar de arte: "Percebi que para encontrar um caminho próprio eu tinha que olhar para dentro de mim, eu tinha que recuperar a minha infância às margens do Rio Parnaíba. Então, comecei a trabalhar com os carretéis que a minha mãe usava, com os anzóis do meu pai, com os carrinhos de lata de sardinha que a gente fazia". A arte de Galeno está em sintonia direta com a tradição da arte construtivista brasileira de Alfredo Volpi e Rubem Valentim, uma tradição que trabalha com as formas geométricas, a síntese, a abstração, em detrimento das figuras. Mas não se trata de uma geometria cerebral e fria. Ele trabalha com a alegria de um curumim arteiro, propondo novos jogos para suas peças, brincando com as formas e com as cores: "Apesar de toda precariedade, eu tive a sorte de nascer às margens do Rio Parnaíba. Eu nem sei como aprendi a nadar. A gente entrava no rio e de repente percebia que sabia se virar na água. A família organizava muitas festas. A minha pintura tem essa alegria, esse desejo de felicidade do povo, da alma brasileira. Esse é o lado bom do Brasil." Em 1965, Galeno desembarcou em Brasília, para morar no acampamento da Civilsan, firma em que seu pai trabalhava. Era uma invasão. Em 69, um caminhão despejou a família de Galeno no meio do poeirão de uma rua de Brazlândia. Apesar de ser um artista reconhecido nacionalmente, Galeno faz questão de continuar morando em Brazlândia e de ser considerado um artista da cidade. Ele conhece cada palmo de Brazlândia: "Não adianta morar em Brazlândia e falar sobre Paris. Eu cresci tomando banho de cachoeira, descobrindo lugares escondidos. Esse lado esquecido do Brasil é o que o país tem de melhor".
Homenagem aos loucos de estrada Galeno não é pintor. Ele ataca em várias direções: escultura, roupas, instalações. Quando era moleque, seu sonho era ser jogador de futebol. No ano passado, desenhou uma camisa para o time do Brazlândia: "A camisa do Brazlândia não tinha identidade. Um jogo de futebol é como se fosse uma exposição para milhares de pessoas". No momento, Galeno está trabalhando em um projeto para homenagear os loucos de estrada, que ele chama de "Loucos de BR". O trabalho é inspirado no artista Arthur Bispo do Rosário, descoberto em um manicômio do Rio de Janeiro: " A idéia surgiu de minhas viagens de carro para o Piauí, onde eu sempre encontro loucos de BR. Esses caras são artistas, sempre juntam algum objeto para se enfeitar. Quero fazer uma roupa muito louca, com um chapéu colorido e usar latas de sardinhas e anzóis como adereços. Vou combinar com as crianças para que elas me acompanhem pelas ruas, soltando pipas no ar".


FORMAÇÃO:
Reside e trabalha em Brazlândia, cidade satélite do Distrito Federal, desde 1975.
Freqüentou cursos e escolad de teatro e música em Brasília.
1977- Ateliê-escola do pintor Moreira Azevedo, artista português radicado em Brasília.
1978 - Curso-livre com Maria Pacca, no Centro de Criatividade da Fundação Cultural do DF, sob a direção de Luiz Áquila.

OUTRAS ATIVIDADES:

Participação como cantor e ator em oficinas de música e teatro em Brazlândia e Brasília
Reprodução de uma de suas pinturas em selo nacional pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Lançamento de camiseta estampada com uma de suas pinturas
Autor de diversas obras destinadas às categorias do Prêmio UNESCO 2003

INDIVIDUAIS:

2004 - A Cor do Olhar Caipira, Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro.
2002 - Galeria Debret, Paris, FRANÇA
2001 - Galeria do Conjunto Cultural da CEF, Brasília.
2001 - Galeria Paulo Prado, São Paulo.
2000 - ECCO/Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio, Brasília.
1999 - Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro.
1999 - Espaço Elim Dutra, Pirenópolís.
1997 - Galeria da ATB, Brasilia.
1996 - Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de janeiro.
1996 - Ária Galeria de Arte, Recife. Santuário Menino Jesus de Praga, Brazlândia.
1995 - Documenta Galeria de Arte, São Paulo.
1995 - Marina Potrich Galeria de Arte, Goiânia.
1994 - Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro.
1993 - ltaú Galeria, Brasilia.
1992 - Marina Potrich Galeria de Arte, Goiânia.
1992 - Galeria Le Corbusier, Embaixada da França, Brasilia.
1991 - Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de janeiro.
1991 - Performance Galeria de Arte, Brasília.
1991 - Galeria de Arte Casa Thomas Jefferson, Brasília.
1989 - Espaço Capital Arte Contemporânea, Brasília.
1989 - Documenta Galeria de Arte, São Paulo e Hauer Shopping, Curitiba
1988 - Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro.
1988 - Sala Corpo de Exposições, Belo Horizonte.
1987 - Espaço Capital Arte Contemporânea, Brasilia.
1986 - Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de janeiro.
1985 - Galeria de Arte ECT, Brasília.
1984 - Galeria A da Fundação Cultural do DF - FCDF, Brasília.
1982 - Biblioteca Eríco Veríssimo, Brazlândia.
1982 - Galeria de Arte da ECT, Brasília.
1980 - Galeria de Arte do SESC, Brasília.
1980 - Galeria B da FCDF, Brasília.


PRINCIPAIS COLETIVAS:

2002 - "Lírico-Lúdico", Galeria da Embaixada Brasileira em Berlim, ALEMANHA
1995 - Três Gerações de Brasília, Museu de Arte de Brasilia.
1995 - A grande viagem: Passaporte para o ano 2000, São Paulo, Brasilia.
1992 - Terra Brasília, Espaço Cultural 508 Sul, Brasília.
1992 - Herdeiros da Noite: Fragmentos do Imaginário Negro, 508 Sul, Brasilia.
1991 - Viva Brasil, Viva, Liljvalchs Konsthall, Estocolmo, Suécia.
1991 - BR 80, ltaú Galeria de Arte, Brasília e Goiânia.
1991 - Oito Pintores de Brasília, Museu de Arte de Brasilia.
1990 - Oito Pintores de Brasília, Museu de Arte Moderna de São Paulo.
1989 - Novos Valores Latino-Americanos, Museu de Arte de Brasília.
1988 - Salão Arte Pará, Belém. Bienal Nacional de Goiânia
1987 - Salão Arte Pará, Belém.
1984 - 1 Salão Nacional de Artes de Goiânia Itinerário 1, organizado pela FUNARTE, Brasilia.
1982 - IV Documento de Arte Contemporânea do Centro Oeste, FUNARTE, Brasília.
1979 - IV Salão de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
1978 - II Encontro de Artistas Plásticos e Artesãos de Brazlândia, Brasília.

PREMIOS:


2001 - Prêmio 100 Melhores Artistas Plásticos do Brasil, Editora Meta Livros.
2000 - Prêmio Internacional na II Bienal ArteBA de Gravura do Mercosul, Buenos Aires, ARGENTINA.
1998 - Prêmio no V Salão da Bahia, MAM-BA/Solar do Unhão, Salvador, BA
1998 - Prêmio Candango de Cultura na categoria Artes Visuais pela realização da exposição "A Posteriori"
1995 - Prémio Especial, Salão Victor Meirelles, Florianópolis.
1994 - Prêmio Cultura do DF, Artes Plásticas, F
Fonte Catalogo das Artes

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