Di Cavalcanti (1897-1976)

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Artista Di Cavalcanti (1897-1976)
Biografia DI CAVALCANTI, Emiliano

(1897, Rio de Janeiro, RJ - 1976)

Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 06/09/1897
Rio de Janeiro/RJ, Brasil, 26/10/1976
Pintor, desenhista, ilustrador, caricaturista, gravador, ceramista, muralista e mosaicista. Assinava URBANO (ilustrações, em 1920) e por último E.DI C., E. DI CAVALCANTI, entre outras inúmeras formas.

Em 1917 transferiu-se para São Paulo, onde realizou sua primeira individual e freqüentou o curso de Direito, iniciado no Rio de Janeiro. Trabalhou intensamente na imprensa paulista dos anos 20, tendo participado da Semana de Arte Moderna, em 1922. Ainda na década de 20, viajou pela Europa, especialmente Paris, onde fixou-se de 1935 a 1940. Mais tarde decidiu morar definitivamente no Rio de Janeiro, firmando-se como um dos paradigmas da pintura moderna no Brasil. Realizou numerosas exposições no Brasil e no exterior. A seu respeito, escreveu Frederico Morais em 1976: "Não se pode dizer que a pintura de Di Cavalcanti seja exótica - pelo desejo de ser exótica. Muito menos folclórica. Brasileira ela é, sem dúvida. (...) Di Cavalcanti descobriu o Brasil na capital francesa. Melhor, redescobriu. Ali, acima das circunstâncias, de pressão do regional e do folclórico, em contato com a obra de grandes artistas do passado remoto ou próximo, soube descobrir o que se escondia bem abaixo da superfície, (...) um Brasil lusitano, africano, indígena, mosarábico." No ano de seu centenário, em 1997, foram inauguradas exposições de sua obra no Rio de Janeiro (Centro Cultural Banco do Brasil, Museu de Arte Moderna e Museu Nacional de Belas Artes) e em São Paulo (Dan Galeria).

Referências: Pintura quase sempre (Globo, 1944), de Sergio Milliet; Alguns personagens (MEC/Serviço de documentação, 1954), de Eneida; Uma tese e algumas notas sobre a arte moderna (Ministério da Educação e Cultura, 1956), de Adolfo Casais Monteiro; Viagem de minha vida: o testamento da alvorada (Civilização Brasileira, 1955) e Reminiscências líricas de um perfeito carioca (Civilização Brasileira, 1964), de Emiliano Di Cavalcanti; Exposição de arte: temas gerais e artes plásticas no Brasil (Tempo Brasileiro, 1965), de José Paulo Moreira da Fonseca; Gentíssima (Record, 1968), de Maria Ignez Corrêa da Costa; De Anita ao museu (Perspectiva, 1976), de Paulo Mendes de Almeida; Emiliano Di Cavalcanti (Brunner, 1976), de Luís Martins, legendas de Paulo Mendes de Almeida; Discurso de primavera e algumas sombras (José Olympio, 1977, p. 43-4), de Carlos Drummond de Andrade; Pintura moderna brasileira (Record, 1978), de José Roberto Teixeira Leite; O Brasil por seus artistas (MEC, 1979), de Walmir Ayala; A querela do Brasil: a questão da identidade da arte brasileira: a obra de Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari: 1922-1945 (Funarte, 1982; 2.ª edição Relume Dumará, 1997), de Carlos Zilio; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Seis décadas de arte moderna na coleção Roberto Marinho (Pinakotheke, 1985), texto sobre Di Cavalcanti de autoria de Maria Elizabete Santos Peixoto; Desenhos de Di Cavalcanti na coleção do MAC (MAC, 1985), coordenação de Aracy Amaral; Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Di Cavalcanti: cartas de amor à Divina (5.ª Cor, 1987); O Modernismo no Brasil (Sudameris, 1978) e Acervo Banco Chase Manhattan (Index, 1989), de P. M. Bardi; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Dacoleção: os caminhos da arte brasileira (Júlio Bogoricin Imóveis, 1986) e Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); Arte na América Latina (Cosac & Naify, 1997), de Dawn Ades; Biblioteca Nacional: a história de uma coleção (Salamandra, 1997) e Arte brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem (A. Jakobsson, 2002), de Paulo Herkenhoff; Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III (Edusp, 1998), de Mário Pedrosa, organização de Otília Arantes; Pintura brasileira do século XX: trajetórias relevantes (4 Estações, 1998) e O olhar

Nascimento/Morte

1897 - Rio de Janeiro RJ - 6 de setembro

1976 - Rio de Janeiro RJ - 26 de outubro

Vida Familiar

1933 - São Paulo SP - Casa-se com a pintora Noemia (1912 - 1992), sua aluna, separando-se em 1950

Formação

1903/1915 - Rio de Janeiro RJ - Realiza os primeiros estudos no Colégio de Aldéia Noronha e no Colégio Militar

1908 - Recebe aulas do pintor Puga Garcia (18-- - 1914)

1916 - Rio de Janeiro RJ - Entra para a faculdade de direito

1917 - São Paulo SP - Transfere-se para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco

1918 - São Paulo SP - Freqüenta o ateliê de Georg Elpons (1865 - 1939), pintor e professor alemão, filiado ao impressionismo europeu

1922 - São Paulo SP - Abandona o curso de direito

1923 - Paris (França) - Freqüenta a Academia Ranson

Cronologia

Pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista, escritor, cenógrafo



1900/1914 - Rio de Janeiro RJ - Mora no Bairro São Cristóvão

1914 - Publica seu primeiro trabalho como caricaturista na revista Fon-Fon

1915 - Ilustra a capa da revista A Vida Moderna

1917 - São Paulo SP - É revisor do jornal O Estado de S. Paulo

1917/1920 - São Paulo SP - Vive nesta cidade

1917/1976 - Ilustra livros de autores nacionais e estrangeiros, entre eles Álvares de Azevedo (1831 - 1852), Cassiano Ricardo (1895 - 1974), Guilherme de Almeida (1890 - 1969), Horácio Andrade, Jorge Amado (1912 - 2001), Manuel Bandeira (1886 - 1968), Mário de Andrade (1893 - 1945), Mário Mariani, Menotti Del Picchia (1892 - 1988), Newton Belleza, Oscar Wilde (1854 - 1900), Oswald de Andrade (1890 - 1954), Ribeiro Couto (1898 - 1963), Rosalina Coelho Lisboa, Sérgio Milliet (1898 - 1966)

1918 - São Paulo SP - É diretor artístico da revista Panóplia

1918 - São Paulo SP - Integra um grupo de artistas e intelectuais de São Paulo com Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, entre outros

1920 - Rio de Janeiro RJ - Ilustrador em várias revistas, inclusive na recém-criada revista Guanabara. Como cartunista utiliza-se do pseudônimo Urbano

1920/1976 - São Paulo SP e Rio de Janeiro RJ - Vive tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, com freqüentes estadas no exterior

1921 - São Paulo SP - Lança o álbum Fantoches da Meia-Noite, prefaciado por Ribeiro Couto e publicado por Monteiro Lobato (1882 - 1948), e ilustra A Balada do Enforcado, de Oscar Wilde

1922 - São Paulo SP - É o idealizadores e principal organizador da Semana de Arte Moderna. Ilustra a capa do programa e catálogo de exposição, realizada no Teatro Municipal

1923 - Itália - Viaja com o objetivo de conhecer as obras de alguns mestres italianos como Tiziano, Michelangelo e Leonardo Da Vinci

1923 - Paris (França) - É correspondente do Correio da Manhã do Rio de Janeiro

1923 - Montparnasse (França) - Monta pequeno ateliê

1923/1925 - Paris (França) - Fixa-se em Paris como correspondente do jornal Correio da Manhã, retorna ao Rio de Janeiro, com o fechamento do jornal na Revolução de 1924. Tem contato com Victor Brecheret (1894 - 1955), Anita Malfatti (1889 - 1964) e Sérgio Milliet

1924 - Paris (França) - Conhece obras, artistas e escritores europeus de vanguarda como Pablo Picasso (1881 - 1973), Jean Cocteau (1889 - 1963), Blaise Cendrars (1887 - 1961), Fernand Léger (1881 - 1955), Miguel de Unamuno (1864 - 1936), Georges Braque (1882 - 1963), Henri Matisse (1869 - 1954), e outros

1925 - Rio de Janeiro RJ - Retorna ao Brasil

1926 - Colabora como jornalista e ilustrador no Diário da Noite

1926 - São Paulo SP - Ilustra a capa da obra O Losango Cáqui, de Mário de Andrade

1927 - Colabora como desenhista no Teatro de Brinquedo, de Eugênia e Álvaro Moreyra (1888 - 1964)

1928 - Filia-se ao Partido Comunista do Brasil - PCB

1929 - Rio de Janeiro RJ - Decora o foyer do Teatro João Caetano

1932 - São Paulo SP - É preso durante três meses como getulista pela Revolução Constitucionalista

1932 - São Paulo SP - É um dos fundadores do Clube dos Artistas Modernos - CAM, liderado por Flávio de Carvalho (1899 - 1973), com a participação de Antonio Gomide (1895 - 1967) e Carlos Prado (1908 - 1992)

1933 - Rio de Janeiro RJ - Escreve artigo no Diário Carioca, de 15 de outubro, sobre as relações entre o trabalho artístico e a problemática social, a propósito da exposição de Tarsila do Amaral

1933 - São Paulo SP - Publica o álbum A Realidade Brasileira, série de doze desenhos satirizando o militarismo da época

1935 - Rio de Janeiro RJ - No fim do ano, por razões políticas, refugia-se com a esposa, Noemia, e Newton Freitas na casa de Battistelli (exilado no Brasil, antifascista ligado a Plínio Melo e Mário Pedrosa), em Mangaratiba

1935 - Rio de Janeiro RJ - Participa do comitê de redação do semanário Marcha, na sala de um edifício na Cinelândia, ao lado de Caio Prado Júnior (1907 - 1990), Carlos Lacerda (1913 - 1990), Newton Freitas e Rubem Braga (1913 - 1990)

1938 - Paris (França) - Trabalha na rádio Diffusion Française nas emissões Paris Mondial em língua portuguesa, com Noêmia Mourão

1946 - Paris (França) - Segue para a capital francesa com o objetivo de encontrar obras e quadros abandonados em 1940

1946 - Rio de Janeiro RJ - Tem dois poemas publicados na Antologia de Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, organizada por Manuel Bandeira (Ed. Z. Valverde)

1947 - Participa do júri de premiação de pintura na exposição do Grupo dos 19, com Anita Malfatti e Lasar Segall (1891 - 1957)

1948/1949 - Europa - Regressa à Europa por seis meses

1949/1950 - México - Participa do Congresso de Intelectuais pela Paz, representando o Partido Comunista

1951 - Rio de Janeiro RJ - Ministra curso de cenografia, no Serviço Nacional de Teatro

1952 - São Paulo SP - Doa mais de 550 desenhos, produzidos ao longo de trinta anos de carreira, ao Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP

1952 - São Paulo SP, Rio de Janeiro RJ - Faz charges para o jornal Última Hora de São Paulo. No Última Hora do Rio de Janeiro, escreve a coluna Preto no Branco e executa cinco painéis para a redação do jornal

1954 - São Paulo SP - Cria figurinos para o balé A Lenda do Amor Impossível, encenado pelo Corpo de Baile do 4º Centenário

1955 - Rio de Janeiro RJ - Publica Viagem da Minha Vida: Memórias, primeiro livro de memórias, em três volumes: V. 1 O Testamento da Alvorada - V. 2 O Sol e as Estrelas - V. 3 - Retrato de Meus Amigos e... dos Outros, editado pela Editora Civilização Brasileira

1955 - Rio de Janeiro RJ - Recebe convite para realizar cenário e figurinos do balé As Cirandas, de Villa-Lobos (1887 - 1959), pelo Corpo de Baile do Municipal

1958 - Brasília DF - Pinta a via-sacra para a Catedral de Brasília

1958 - Paris (França) - Executa cartões para tapeçarias do Palácio da Alvorada (salões de música e de recepção), encomendados por Niemeyer

1959 - Recebe de Carlos Flexa Ribeiro o título de O Patriarca da Pintura Moderna Brasileira

1960 - Cidade do México (México) - Realiza painel sobre tela para os escritórios da Aviação Real

1962 - Paris (França) e Moscou (Rússia) - Participa do Congresso da Paz

1963 - Paris (França) - Indicado pelo presidente João Goulart (1919 - 1976) para o cargo de adido cultural do Brasil. Não toma posse do cargo em virtude do golpe de 1964

1964 - Rio de Janeiro RJ - Desenha jóias executadas pelo joalheiro Lucien Joaillier

1964 - Rio de Janeiro RJ - Publica Reminiscências Líricas de um Perfeito Carioca - ilustrações e texto, editado pela Editora Civilização Brasileira

1969 - Ilustra os bilhetes da Loteria Federal das extrações da Inconfidência Mineira, São João, Independência e Natal

1971 - Recebe o Prêmio Associação Brasileira de Críticos de Arte - ABCA

1972 - Salvador BA - Publica o álbum 7 Xilogravuras de Emiliano Di Cavalcanti, pela Editora Chile, apresentação de Luís Martins

1972 - Recebe o Prêmio Moinho Santista

1973 - Salvador BA - Recebe o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal da Bahia - UFBA

1976 - São Paulo SP - A prefeitura muda o nome da Rua 4, no Alto da Mooca, para Rua Emiliano Di Cavalcanti

1987 - Rio de Janeiro RJ - Publicação de livro com as cartas escritas pelo artista, Cartas de Amor à Divina / E. Di Cavalcanti editado pela Cor Editores


Atualizado em 15/12/2005
Fonte Catalogo das Artes
Links http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&cd_verbete=671&cd_idioma=28555

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