Biografia |
PARREIRAS, Antônio
(1860, Niterói, RJ - 1937)
Na infância, estudou desenho com o Visconde do Canto, e em 1883 matriculou-se na Academia Imperial de Belas Artes. No ano seguinte abandonou a Academia para integrar-se ao grupo de alunos de Georg Grimm, do qual tornou-se discípulo. Em 1885 inaugurou a primeira individual em sua própria residência, em Niterói. Embarcou em 1888 para Veneza, onde estudou na Academia de Belas Artes. Retornou ao Brasil em 1889, participando da Exposição Geral de Belas Artes de 1890, a primeira da República recém-proclamada, obtendo pequena medalha de ouro e prêmios de aquisição (três telas). Em 1917, obteve a grande medalha de ouro. Nesse mesmo ano foi contratado para a cadeira de Pintura de Paisagem na Escola Nacional de Belas Artes. Medalha de ouro também na Exposição Universal de Barcelona, Espanha, em 1929. Em 1953, na II Bienal de São Paulo, Rodrigo M. F. de Andrade selecionou cinco obras de sua autoria, que figuraram na mostra A Paisagem Brasileira até 1900. Em 1941 sua residência em Niterói foi transformada em Museu Antônio Parreiras.
Referências: A inquietação das abelhas (Pimenta de Mello, 1927), de Angyone Costa; Contemporâneos: pintores e escultores (Benedicto de Souza, 1929) e Impressões de um amador: textos esparsos de crítica 1882-1909 (Fundação Casa de Rui Barbosa/UFMG, 2001, organização de Júlio Castañon Guimarães e Vera Lins), de Gonzaga Duque; Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; Pequena história das artes plásticas no Brasil (Nacional, 1941), de Carlos Rubens; História de um pintor contada por ele mesmo (Diário Oficial, 1943), de Antônio Parreiras; Mestres da pintura no Brasil (Francisco Alves, 1950), de Francisco Acquarone; O Brasil por seus artistas (MEC, 1979), de Walmir Ayala; O Grupo Grimm: paisagismo brasileiro no século XIX (Pinakotheke, 1980) e Antônio Parreiras (1860-1937): pintor de paisagens, gênero e história (Pinakotheke, 1981), de Carlos Roberto Maciel Levy; História da pintura brasileira no século XIX (Pinakotheke, 1983), de Quirino Campofiorito; 100 obras Itaú (MASP, 1985); 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Pinturas & pintores do Rio Antigo (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, 1990), textos de Paulo Berger, Herculano Gomes Mathias e Donato Mello Júnior; Iconografia e paisagem: Coleção Cultura Inglesa (Pinakotheke, 1994), Carlos Roberto Maciel Levy e outros; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Coleção Aldo Franco (Pinakotheke, 2000), de Jacob Klintowitz; O Brasil do século XIX na coleção Fadel (Fadel, 2004), de Alexei Bueno.
Histórico:
Nascimento/Morte
1860 - Niterói RJ - 20 de janeiro
1937 - Niterói RJ - 17 de outubro
Vida Familiar
Pai do pintor Dakir Parreiras (1894 - 1967)
Tio do pintor Edgard Parreiras (1885 - 1964)
Formação
1883/1884 - Rio de Janeiro RJ - Matricula-se como aluno amador na Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, onde frequenta o curso de paisagem, flores e animais com Georg Grimm (1846 - 1887)
1884 - Niterói RJ - Abandona a Aiba e passa a frequentar as aulas ministradas por Grimm na Escola da Boa Viagem, tendo como colegas Caron (1862 - 1892), Castagneto (1851 - 1900), Garcia y Vasquez (ca.1859 - 1912) e Francisco Ribeiro (ca.1855 - ca.1900), todos antigos alunos de Grimm na Academia
1888/1890 - Veneza (Itália) - Estuda na Accademia di Belle Arti di Venezia, tendo aulas com Filippo Carcano (1840 - 1910)
Cronologia
Pintor, desenhista e ilustrador
1880 - Mangaratiba RJ - Presta concurso para o cargo de professor substituto provincial e leciona durante um mês na Escola Pública de Mangaratiba
1884 - Niterói RJ - Trabalha com o cenógrafo Frederico de Barros e executa o pano-de-boca do Teatro Santa Teresa
1888 - Pádua (Itália) - Faz estudos a partir dos afrescos de Giotto (1267 - 1337)
1891 - Niterói RJ - Funda a Escola do Ar Livre, tendo como alunos os seguintes artistas: Sílvio Moreira, Alberto Silva, Cândido de Souza Campos, Álvaro Cantanheda, Hortência Goulart, Matilde Ferreira, Paulo de Mendonça, Manuel Madruga (1872 - 1951), Júlio Seabra
1895 - São Paulo SP - Torna-se colaborador do jornal O Estado de S. Paulo escrevendo matérias de crítica de arte, algumas delas assinadas sob o pseudônimo de La Vigne
1897 - Serra da Bocâina - Instala-se com o pintor Pedro Peres (1850 - 1923) na Fazenda Pirineus
1897 - s.l - Ilustra a capa do livro Plectrus, da poetisa Ibrantina Cardona (1868 - 1956)
1898 - s.l - Recebe do Cônsul Geral da Suécia e Noruega uma medalha de ouro com a efige do Rei Oscar II, concedida pelo próprio rei em agradecimento a tela Panorama da Baia de Guanabara tomado da Fortaleza de Santa Cruz, encomendada pela colônia sueca para presentear o monarca pelo seu 25º ano de reinado
1898 - Rio de Janeiro RJ - Recebe do Presidente Campos Salles encomenda de três trabalhos para a decoração do prédio onde seria instalado o Superior Tribunal Federal. Pinta o conjunto Os Desterrados e o painel Suplício de Tiradentes, o trabalho é concluído apenas no ano de 1902
1899 - Coroa Vermelha e Santa Cruz de Cabrália BA - Viaja para aprofundar estudos documentais e iconográficos, necessarios para a execusão das telas encomendadas pelo Presidente Campos Salles
1902 - Niterói RJ - Inaugura em seu ateliê um curso de pintura voltado apenas para mulheres e no ano seguinte organiza a primeira exposição das alunas, na Casa Grandes Ocasiões
1905 - Pará e Manaus AM - Realiza estudos na floresta amazônica, contrai malária
1906 - Lisboa (Portugal) - Permanece na cidade por aproximadamente um mês e conhece o pintor José Malhoa (1855 - 1933)
1906 - Paris (França) - Vai para a capital francese, onde estabelece um Ateliê na Rue Boissande, neste local se encontra frequentemente com Lucílio de Albuquerque (1877 - 1939), Georgina de Albuquerque (1885 - 1962), Hélios Seelinger (1878 - 1965), Carlos Chambelland (1884 - 1950) e com Eduardo de Sá (1866 - 1940)
1908 - Belém PA - Entrega ao Governo do Estado a tela A Conquita da Amazônia encomendada pelo governador Antonio Montenegro, no ano de 1905. Esta será a sua composição histórica de maior formato
1908 - Paris (França) - Depois de rápida passagem pelo Brasil, retorna para a cidade estabelecedo-se em novo ateliê, localizado na Rue Le Goff
1909 - Rio de Janeiro RJ - Participa como membro nato da fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro
1911 - Ilustra a livro Littérature Brésilienne, de Vitor Orban, publicado simultaneamente por Lello & Irmão, de Lisboa e por H. Garnier, de Paris
1911 - Paris (França)
|